
Proibido de ser gestor
por 5 anos
O empresário Alexandre Alves está desde 2008 impedido de exercer cargos em empresas e associações, estando ainda inibido do "exercício do comércio" A sentença, válida por cinco anos, foi proferida pelo Tribunal do Comércio de Lisboa, depois da insolvência de uma das empresas do 'Barão Vermelho' A juíza considerou que o empresário praticou actos na Capitalinvest - Investimentos Imobiliários que "revelam uma actuação desconforme com as regras elementares da gestão empresarial" e que mostram "desrespeito por deveres essenciais" dos titulares dos órgãos sociais de administração.
Para o tribunal tratou-se de uma insolvência culposa, ou seja, cuja responsabilidade foi essencialmente dos actos de gestão. Ao CM, o empresário diz que "os processos são isso mesmo: processos" "As pessoas podem recorrer das decisões e as situações depois arrastam-se pelos tribunais até às instâncias superiores. Neste caso, chegámos a acordo e foi tudo pago." Quando teve início o projecto RPP Solar, este processo já estava resolvido, defende. E, por isso, nada o impedia de ser presidente do Conselho de Administração da RPP Solar, avança. "Ou de qualquer outra empresa", sublinha. O 'Barão Vermelho' viu esta semana o Governo retirar-lhe apoios "por incumprimento" da RPP Solar na construção de uma fábrica de painéis solares em Abrantes, um investimento de 1052 milhões.
8 MIL EMPREGOS FICAM POR CRIAR
Um complexo turístico no Alqueva, uma fábrica de painéis fotovoltaicos em Abrantes e a exploração mineira em Torre de Moncorvo: só com três projectos falhados, Portugal perdeu investimentos de 3 mil milhões de euros e 8 mil postos de trabalho. Os números avolumam-se com o abandono da fábrica de baterias em Aveiro, que ia criar 200 empregos.
HELENA SILVA/PEDRO H. GONÇALVES
Insolvência para quatro
A sociedade promotora do maior complexo turístico no Alqueva - SAIP, Sociedade Alentejana de Investimentos e Participações -, liderada por José Roquette, apresentou esta semana quatro pedidos de insolvência em tribunal. Em causa estão as empresas SAIP, Sgps; a SAIP Turismo; a Monte das Areias - Gestão Cinegética e Turística; e a Sociedade Imobiliária Lagoa do Alqueva.
Das quatro empresas do projecto turístico liderado por José Roquette para o Alqueva, a SAIP Turismo é a que apresenta o maior valor de activos, na ordem dos 44,6 milhões de euros.
Estes pedidos de insolvência deram entrada no Tribunal de Reguengos de Monsaraz, concelho alentejano onde estava planeado nascer o projecto turístico Roncão d'El Rei, na última terça-feira, dia sete. Ontem, a SAIP assegurou que as garantias apresentadas à Banca valiam "mais do dobro do valor dos empréstimos" bancários de que necessitava. E precisou que "o BPI aceitasse estas garantias", mas que "a CGD não". O promotor reiterou que a CGD "insistiu na manutenção do aval pessoal" que tinha sido apresentado, "não assumindo qualquer risco neste projecto". J.F. com lusa
Correio Manhã | sexta-feira, 10 Agosto 2012