
SOL E SOMBRA
SOL
Joana Marques Vidal
A procuradora-geral da República decidiu reforçar a equipa de investigação à Operação Marquês (tem agora sete procuradores e seis inspetores da AT, a maior de sempre), dada a elevada complexidade do processo (com análise especializada de documentação financeira, centenas de milhares de ficheiros informáticos a verificar, dezenas de testemunhas já ouvidas e a ouvir, etc.) e dada, também, a particular sensibilidade que o envolve por atingir um ex-primeiro-ministro. Sem reagir às inflamadas acusações de Sócrates, a PGR faz o que tem de fazer dá recursos e o tempo necessário para a Operação Marquês chegar a bom termo.
Jorge Jesus Entrou de rompante no Sporting e, durante cinco meses, somou êxitos e vitórias (três delas sobre o Benfica). Essa caminhada foi agora travada com duas derrotas amargas: em Braga, num jogo intenso e polémico que ditou a eliminação da Taça de Portugal, e na Madeira, onde o desperdício na finalização custou uma derrota improvável e a liderança do Campeonato. Uma semana dura para o clube de Alvalade e o seu treinador.
Maria Luís Albuquerque
Não se percebe como deixou arrastar até ao limite a desesperada situação do Banif, sendo desde 2013 o Estado/Ministério das Finanças o principal acionista e responsável do banco do Funchal. Não quis vender entretanto e sacrificou o Banif para não prejudicar a já difícil venda do Novo Banco? Não quis aprovar qualquer plano de reestruturação em Bruxelas para não ter que despedir funcionários e fechar balcões em ano eleitoral? São várias as perguntas incómodas a que vai ter, seguramente, que responder na comissão parlamentar de inquérito.
Mário Centeno
Primeiro, tentou transferir para a CGD os cerca de três mil milhões negativos da fatura do Banif, o que Bruxelas impediu (recorde-se que a Caixa é responsável por apenas 900 milhões no fundo de resolução do BES, banco que era dez vezes maior do que o Banif). A seguir, deu uma prenda aos bancos privados (BCP, Santander, BPI, etc, que - ao contrário do que se passou com o BES - só pagam 20% da fatura total) e um pesadelo de mais de dois mil milhões aos contribuintes na solução do Banif. E é este um ministro socialista. O que não faria ele se fosse um neoliberal...
José António Lima
SOL | Sábado, 26 Dezembro 2015