
JUSTIÇA TRIBUNAL CENTRAL DE INSTRUÇÃO CRIMINAL
Juizes contestam terceira mudança
Conselho Superior da Magistratura recebeu exposição, mas Ministério da Justiça não recua
AN A LUÍSA NASCIMENTO
O juiz da Operação Marquês, Carlos Alexandre, e o seu colega do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), Ivo Rosa, estão contra a mudança para o novo edifício do DCIAP, que será a segunda no espaço de um ano - em janeiro, o tribunal mudou-se do Campus da Justiça de Lisboa para o anti goTribunal de Polícia, junto ao Palácio da Justiça, depois de, em 2009, ter saído daBoa-Hora. A posição dos juizes, que ale gamfalta de espaço para os me gaprocessose para as respetivas diligências, já é do conhecimento do C onselho Superior da Ma gistratura,mas o Ministério da Justiça insiste na mudança. " O C SM recebeu uma exposi çãodo Senhor Juiz Ivo Rosa indicando não considerar necessária a mudança de instalações", confirmou ao CM fonte oficial do órgão de gestão e disciplina dos juizes. Por sua vez, o Ministério da Justiça, a quem o CSM solicitou informação sobre a mudança da Avenida Marquês de Fronteira para a Avenida Gomes Freire, esclarece que o processo "apenas aguarda data favorável às entidades envolvidas, não havendo, de momento, qualquer alteração ao inicialmente estudado."
Segundo apurou o CM, inicialmente C arlos Alexandre foi favorável à alteração de edifício. No entanto, após a mudança do DCIAP para a rua da Polícia Judiciária foi realizada uma visi tadurante a qual os magistrados constataram a falta de espaço para acomodação dos inquéritos e para a realização de diligências referentes a megaprocessos, como são todos os casos investigados pelo DCIAP e que têm como juiz titular Carlos Alexandre. Exemplo disso são, além da Operação Marquês que já tem mais de 20 mil folhas, os inqué ritosdo Grupo Espírito Santo, Vistos Gold ou ainda Operação Furacão, com mais de 700 arguidos e que tem já 108 acusados.
APONTAMENTOS
759 arguidos foram constituídos na Operação Furacão desde 2005.
"CAIXEIROS VIAJANTES"
As mudanças do TCIC já motivaram a alcunha de "caixeiros viajantes" aos seus juizes.
Correio Manhã | Terça, 29 Dezembro 2015